No dia 22 de janeiro de 2021 veio a público a notícia de um vazamento de dados pessoais de 223 milhões de brasileiros, inclusive de pessoas já falecidas, o qual foi identificado pela empresa de segurança PSafe.
Números de RGs, CPFs, informações sobre renda, crédito, endereços, declarações de Imposto de Renda e outras informações fazem parte do maior vazamento de dados pessoais da história do Brasil.
O caso está sendo investigado pela recém-criada Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD), que já identificou a venda dos dados na deep web.
Após, em 10/02/2021, a empresa de cibersegurança PSafe anunciou a descoberta de outro megavazamento, envolvendo 102 milhões de números de celular, incluindo o de personalidades como os jornalistas William Bonner e Fátima Bernardes, além de um suposto número de telefone pessoal do presidente Jair Bolsonaro.
A PSafe aponta que o último lote de dados estava à venda na internet pelo menos desde o dia 3 de fevereiro. Inclusive, a companhia entrou em contato com um dos criminosos que estaria em posse dos dados e verificou que os dados pessoais estavam à venda pelo valor de 0.026 Bitcoin cada, o que seria equivalente a pouco mais de 6.200 reais.
Segundo especialistas, os megavazamentos pode ter afetado toda a população e seus efeitos negativos irão durar muitos anos, visto que estes vazamentos trazem um risco enorme para possibilidade de fraudes e diversos tipos de golpes.
Alguns dos principais riscos são abertura de contas e transações financeiras em seu nome, saque do FGTS por uma pessoa se passando por você, linhas de crédito e dívidas contraídas indevidamente.
Um golpe que já vem sendo aplicado é o da cobrança falsa, onde o criminoso envia faturas falsas (como de telefone, internet ou IPVA) por e-mail e WhatsApp se passando por uma empresa ou até um órgão público, pois a vítima identificando uma série de dados pessoais corretos acredita que aquele débito é real e faz o pagamento.
Assim, é necessário muita atenção e cautela no pagamento de boletos e no repasse de dados pessoais, tendo em vista que os golpes digitais só tendem a aumentar, inclusive porque, atualmente o Brasil é um dos países com maior número de crimes cibernéticos.
Matheus Scarabelot Advogado